Ficar triste, ansioso ou assustado por um motivo específico é um quadro normal do indivíduo. Já a depressão é uma doença, um distúrbio afetivo que acompanha o indivíduo e traz uma série de consequências a saúde mental e física.
No sentido patológico, há presença de baixa autoestima, ansiedade, desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas, pessimismo, melancolia e tristeza profunda. Esse conjunto de fatores aparece com maior frequência e intensidade. Quimicamente, o estado depressivo é causado por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios, como a serotonina e endorfina, que nos dão a sensação de conforto, prazer e bem-estar. O remédio ajuda muito, mas ele não é eterno. Se a causa primeira não for tratada, a depressão voltará. Por isso, é fundamental o apoio da família e um acompanhamento adequado para tratar o real motivo que desencadeou a depressão.
Os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são as consequências e não as causas da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição em seu histórico familiar. “Ficar triste é um quadro normal do ser humano. Entretanto, esse quadro acompanhado de outros fatores patológicos precisa ser diagnosticado e devidamente tratado por um médico especialista. O que está acontecendo nos dias de hoje, é que as pessoas estão tomando antidepressivos, remédios para dormir, ficar atento, sem necessidade. Todo medicamento precisa ter um acompanhamento adequado. Confundir a tristeza e personalidade mais fechada com depressão atrapalha o tratamento”, alerta o psicólogo e chefe da saúde mental do Hospital Federal da Lagoa, Celso Rubmann.
Segundo o especialista adotar atitudes mais saudáveis protegem o corpo do indivíduo contra os sintomas da depressão. “A pessoa precisa adotar hábitos saudáveis, mas é necessário buscar tratamento medicamentoso e com um especialista depois que a doença se instala, para descobrir a real causa. Um dos principais problemas de quem sofre esse mal é acreditar que a doença vai desaparecer por conta própria ou assumir que o mal-estar é permanente e faz parte da personalidade, o que não é verdade. Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão”, finaliza.
Fonte: Érica Santos / Comunicação Interna do Ministério da Saúde – Blog da Saúde / Ministério de Saúde