A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está reunindo diretrizes e protocolos para facilitar o rastreio e a abordagem dos pacientes com obesidade nos serviços de saúde. A medida faz parte de uma série de melhorias e incentivos ao modelo de atenção à saúde relacionada ao combate à obesidade e sobrepeso entre beneficiários de planos de saúde.
A recomendação é que o cálculo do IMC seja realizado para todos os pacientes que procuram assistência médica ambulatorial e hospitalar. A captação deste dado pelas operadoras de planos de saúde irá permitir o direcionamento para estratégias de prevenção e tratamento precoce (orientação para consulta com nutricionista, endocrinologista, fornecimento por meio digital ou impresso de informações relevantes sobre o tema) reduzindo morbimortalidade do indivíduo e de custos no sistema de saúde.
No encerramento das discussões, previsto para o final de 2017, está previsto o lançamento de uma publicação com informações referentes ao tema e estimular que as operadoras de plano de saúde adotem essas diretrizes e tenham boas práticas na saúde suplementar.
A obesidade
Em 2013 a Pesquisa Nacional de Saúde contabilizou que 56,9 % da população brasileira apresentam excesso de peso e a obesidade acomete quase 30 milhões de adultos.
O tratamento da obesidade implica em melhora ou resolução de várias doenças associadas. Mas apenas 10% dos pacientes com obesidade são diagnosticados e menos que 2% dos pacientes recebem tratamento para obesidade. Sabe-se que o tratamento clínico (mudança de estilo de vida e medicamentos) reduz em média 10% do peso corporal, daí a importância de um diagnóstico e intervenção precoces. E o tratamento cirúrgico da obesidade reduz em média 30% do peso corporal.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, 4 em cada 5 crianças obesas permanecerão obesas quando adultas. Os períodos mais críticos para o desenvolvimento da obesidade são: fase intrauterina, os primeiros 2 anos de vida e a na adolescência.