Segundo José Magalhães, chefe do Serviço Administrativo do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) em Brasília (DF) e Coordenador da Comissão Ministério da Saúde Livre do Tabaco, o fumante pode escolher duas formas de largar o tabagismo. A imediata, parando totalmente de uma hora para outra, ou a gradual, reduzindo a quantidade diária de cigarros ou aumentando o intervalo entre o primeiro e o segundo cigarro do dia. Esta segunda estratégia não deve durar mais de duas semanas, pois pode se tornar uma forma de adiar e não de largar o vício. O importante é que o primeiro dia não precisa ser de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e procure programar algo que goste de fazer para se distrair e relaxar.
É comum que os primeiros dias sem cigarros sejam difíceis. Porém, as dificuldades tendem a ser menores a cada dia. “Coma uma cenoura, beba água, faça movimentos como se estivesse relaxando. Levante-se, dê uma volta para se distrair”, exemplifica José Magalhães. “Nos momentos críticos, sobretudo na hora de lazer, é interessante buscar atividades diferentes”, completa.
De acordo com o INCA, algumas pessoas quando param de fumar podem apresentar sintomas desagradáveis, como dor de cabeça, tonteira e tosse. Esses são sinais do restabelecimento do organismo sem as cerca de 4.720 substâncias da fumaça do cigarro. O sintoma mais intenso e mais difícil de lidar, no entanto, é a chamada “fissura” (grande vontade de fumar). A condição, geralmente, não dura mais que 5 minutos e tende a ser sentida por mais tempo que os outros sintomas. Porém, reduz gradativamente a sua intensidade e aumenta o intervalo entre um episódio e outro.
“Parar de fumar melhora a qualidade de vida e o convívio social. Algumas pessoas temem ganhar peso, mas isto ocorre porque há uma melhora da sensibilidade olfativa e do paladar, ou seja, é positivo. Mantenha uma dieta equilibrada. Atividade física também é importante. No início, evite café e bebidas alcoólicas, pois eles estimulam a vontade de fumar”, orienta José Magalhães.
Alguns fumantes podem necessitar de apoio medicamentoso. Esse apoio só deve ser oferecido aos que apresentarem um alto grau de dependência física à nicotina e tem a finalidade de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência.