Entregadores: devem ou não subir nos apartamentos?

Difícil pensar na rotina corrida do dia a dia sem aquela ajuda na entrega das compras, da farmácia e, claro, da comida. A partir das restrições do isolamento social causado pela pandemia de Covid-19, os pedidos em casa vieram para ficar e crescem cada vez mais. Só o iFood, a maior plataforma de delivery da América Latina, tem mais de 250 mil entregadores ativos no Brasil, que se esforçam e suam a camisa para levar as encomendas a todos os cantos, o mais rápido possível. Por mês, são realizados mais de 70 milhões de pedidos, de mais de 300 mil estabelecimentos cadastrados em mais de 1.700 cidades de todo o país.

Mas nem sempre a relação entre entregador e cliente é pacífica, principalmente porque muitas pessoas não atendem à recomendação da plataforma para que a entrega seja feita na portaria, e não na porta dos apartamentos. Além de desrespeitar as normas da empresa, faz com que, muitas vezes, a segurança dos entregadores seja colocada em xeque com episódios de discriminação e violência. Nos primeiros três meses de 2024, foram mais de 13 mil denúncias de ameaça e agressão física contra entregadores no Brasil.

O iFood então decidiu ir além da comunicação pelo aplicativo, site e redes sociais. Resolveu fazer uma campanha de conscientização falando diretamente com os administradores dos condomínios para tentar mudar o hábito dos moradores. “A gente sabe que, hoje, são os condomínios que ditam as regras, cada um tem suas normas. Então, a gente pensou em se aproximar também das administradoras para fazer um trabalho de informação e sensibilização do tema”, conta a gerente de Impacto Social do iFood.

A ideia é orientar os síndicos em relação às regras do iFood e às práticas para uma boa convivência entre entregadores e condôminos, com enfoque na conscientização de que o cliente deve buscar o pedido na portaria. Quando os síndicos estão bem-informados quanto às regras, podem orientar tantos moradores quanto funcionários sobre as ações necessárias no ato de uma entrega.
Em alguns casos – como de pessoas muito idosas ou com pouca mobilidade, doentes ou com crianças pequenas –, existem exceções que precisam ser analisadas. Nesse caso, os entregadores podem até entrar, mas têm que deixar o capacete, a bag e a moto (ou bicicleta) do lado de fora.

Alguns condomínios já optaram pela instalação de lockers ou passa-volumes. Assim não atrasa o trabalho do entregador, e os moradores podem demorar o tempo que quiserem para descer e pegar sua encomenda. A recomendação d empresa é: paga o pedido pelo aplicativo, desce e recebe lá embaixo. Se tiver o passa-volumes para não ter contato, melhor ainda.

Em São Paulo, a iFood já tem o iFood Box, que são armários de armazenamento temporário, colocados em pontos estratégicos do condomínio, tanto residenciais como comerciais. O serviço tem uma taxa de manutenção. No Rio de Janeiro, o iFood deve começar a fazer testes para analisar se as pessoas vão aderir ao equipamento. A questão das exceções também está sendo discutida pela empresa, que já desenvolve modelos de inteligência artificial para fazer uma entrega cada vez mais personalizada, eficiente e confiável.

E essa discussão é fundamental para que cada condomínio possa criar a melhor forma de atender às regras das plataformas de delivery sem deixar os moradores insatisfeitos.

Fonte: CIPA

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